talvez o mundo precise de mais pessoas como nós
(vultos tangíveis, sólidos vulgares no perímetro)
que sentam-se aos pares e abafam-se em risadas
por mais cordial que seja o labirinto na bruma
procuramos uma causa nesses olhos tristes que
mesmo animalescos já dissiparam a cor da tempestade
onde morremos, dançamos, beijamos, iluminamos e criamos
dentre todos os céus, o nosso abrigo que não era rupestre
me diz, é possível passarmos descabidos
pelos astrônomos monstros de concreto?
mon sacré bleu, você diria, que nossas mãos se
intercalem e guiem a nossa fuga por pinturas avant-garde
mas os torpores mais mínimos puseram-se ao manifesto
e você hasteia a bandeira, tão pálida quanto o cobertor,
junto com a náusea induzida do sonífero
enquanto eu, absinta,
acordo no posfácio da manhã.
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