Desce aqui e me traz mais um poema tácito
recita com um olhar torto, desajeitado
e com as mãos trêmulas e geladas
caminha procurando o retorno de volta.
Não tenha medo de olhar para trás
pois lá não há mais chão nem passado
nem tocha que acende os becos
ou monstros que moram à tua sombra.
Toca uma sonata alegre – ma non troppo –
e transforma a natureza morta
em céu manchado de feldspato.
Levanta daí e procura os teus destroços,
pinta a tua tristeza de saudade
e olha pra mim uma última vez.
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